terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Lembro-me como se fosse hoje e daqui a quase nada faz um ano. Entrei lá na defensiva, sem saber muito bem o que me ia aparecer e a pensar "ai no que eu me vim meter". Ela foi a primeira pessoa que eu vi. Perguntei-lhe se estava no sítio em que achava que estava, aquilo pareceu-me muito diferente do que eu estava habituada, e ela disse que sim. Quando lhe disse que era a nova colega, ela ficou desiludida, pensou que eu era uma nova cliente. Disse-me isto mais tarde, quando eu já não era uma estranha para ela nem ela para mim. Daí até à amizade que temos hoje foi um instante, mas acho que nem me apercebi quando é que deixámos de ser só colegas de trabalho. Talvez isso não seja coisa de se notar, talvez vá acontecendo. Que seja. Hoje soube em definitivo que ela se vai embora. Vai ser mais importante, vai ter um cargo mais acima e tenho a certeza que quem ficar com ela só tem a ganhar. Hoje disse-lhe que fico muito contente. Mas é mentira. Fico triste, de coração apertado e com queda para maria madalena. Não quero que ela se vá embora, porque me faz falta, a mim e aos outros que lá trabalham também. Ainda tenho tanto para aprender e tiram-me a rapariga? Acho uma maldade muito grande. E agora quem vai fazer as maratonas de 12h de trabalho comigo? Quem vai dizer as piadas que mais ninguém percebe? E o sodoku à hora do almoço? E quem vai dizer comigo "ah, quando nós formos administradoras disto tudo..." E os projectos para quando ganharmos o Euromilhões? Menti-lhe quando lhe disse que fico muito contente por ela. Fico muito triste por ela não ser mais a minha colega de trabalho ali do lado. Acima de tudo, porque ela é minha amiga e eu odeio ver os amigos a irem pra longe. Odeio estas merdas.

2 comentários:

Poetic Girl disse...

provavelmente para ela também não vai ser fácil, ter que se adaptar, conhecer pessoas novas e morrer de saudades das pessoas que deixou ficar, bjs

Rebelde disse...

Custa muito, fazermos ou pensarmos o que era suposto, não custa? Eu percebo-te. Dar e transmitir força e animação, quando na verdade só apetece chorar vai muito além do que devíamos aguentar.